Programa SOS Esporte recupera federações esportivas afetadas pela enchente de 2024
Secretaria do Esporte e Lazer segue atuando em diversas frentes pela reconstrução do Rio Grande
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Dentro do propósito do governo do Estado de reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo um Estado ainda mais forte, a Secretaria do Esporte e Lazer (SEL) liderou uma série de iniciativas no combate aos efeitos da enchente de maio de 2024. De medidas emergenciais como receber desabrigados e doações no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) até a elaboração de programas com investimento recorde como o Avançar Mais no Esporte, a SEL também se preocupou em contemplar as federações esportivas afetadas pela tragédia climática. Um ano depois de seu lançamento, o programa SOS Esporte apresenta resultados e faz a diferença neste momento de retomada do RS.
O Programa SOS Esporte vem atuando na recuperação de espaços e equipamentos esportivos gaúchos e viabilizando a capacidade de execução de projetos afetados pela enchente de maio do ano passado. O SOS Esporte teve seu edital lançado ainda em julho de 2024 com resultados publicados no Diário Oficial em setembro. Visando às federações esportivas do estado, o programa selecionou cinco federações que receberam até R$ 150 mil cada, recurso proveniente da Lei Pelé.
Das 12 federações esportivas que se inscreveram no edital, foram habilitadas a Federação Gaúcha de Breaking; a Federação de Ginástica Artística, Rítmica, Trampolim, Aeróbica e Acrobática do Rio Grande do Sul; a Federação Gaúcha de Taekwondo; a Federação Gaúcha de Judô e a Federação Riograndense de Capoeira.
A Federação Gaúcha de Taekwondo, presente em 103 municípios, foi também muito afetada pela enchente. O presidente Olzemir Júnior relata que, no dia da enchente, a federação tinha uma competição em Eldorado do Sul, então muito material estava já no ginásio da cidade, que acabou coberto por três metros e meio de água.
“Nisso, perdemos três televisões, seis notebooks, além dos coletes eletrônicos do uniforme do Taekwondo, que custam cada mais de 100 mil reais. Com o SOS Esporte da SEL, conseguimos adquirir boa parte do material novamente,” contou Olzemir.
A Federação Riograndense de Capoeira foi mais um dos grupos esportivos beneficiados pelo SOS Esporte, depois dos prejuízos e perdas durante a enchente de 2024. A sede da Federação fica no bairro Vila Nova, de Porto Alegre, e foi atingida pelas águas que desceram o morro com força e invadiram a sede, enfraquecendo os alicerces da construção. Com o benefício do SOS Esporte, a Federação está fazendo um muro de contenção para evitar novos alagamentos e um galpão novo, com o dobro do tamanho do anterior.
O presidente da Federação Riograndense de Capoeira, Vitor Hugo Narciso, conta que a sede também é um ponto de cultura, em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura (Sedac). "Abrigamos cursos de MMA, Muay Thai, oficinas de capoeira, palestras, workshops e seminários, um verdadeiro espaço multidisciplinar,” relata Narciso.
A Federação Gaúcha de Breaking, com sede no Distrito Industrial da Restinga, em Porto Alegre, também foi severamente atingida pelas enchentes. A sede, conhecida como Pavilhão Ecossustentável da Cultura Hip Hop e Esportes Radicais, existe há seis anos e atende não somente o bairro como o interior do Estado.
Durante a enchente, o pavilhão foi emergencialmente transformado em abrigo para cães, recebendo mais de uma centena de animais desabrigados. Com a construção de baias e toda a estrutura necessária para a hospedagem, o pavilhão sofreu muitos danos, como contaminação de vírus e bactérias nos espaços, tatames e na área externa. As instalações hidráulica e elétrica também foram prejudicadas, criando, inclusive, perigo aos frequentadores do local.
Claudisséia Santos, presidente da Federação Gaúcha de Breaking, conta que a solidariedade na emergência da enchente falou mais alto. Porém, o pavilhão sofreu as consequências daquele período: “perdemos todos os nossos equipamentos, tatames, e até livros - que tínhamos mais de 400 - se extraviaram. O edital SOS Esporte foi a melhor coisa que nos aconteceu, pois com esse recurso conseguimos nos reapropriar do nosso local e estamos revitalizando nossos 5700 metros quadrados.”
A Federação Gaúcha de Judô (FGJ) tem seu dojo (local utilizado para a prática) no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), espaço cedido pela Secretaria do Esporte e Lazer. Como o local foi transformado em abrigo durante a enchente e, posteriormente, em depósito de alimentos arrecadados por doações, a Federação ficou momentaneamente sem seu espaço de prática.
Além disso, a FGJ perdeu todo seu material que estava em um depósito particular na área atingida pela enchente. Eletrônicos como televisores, computadores e câmeras de vídeo, além de pódio, materiais de comunicação visual usados nas competições - tudo ficou abaixo de um metro e meio de água por um mês. Segundo Luiz Bayard, presidente da Federação Gaúcha de Judô, “o SOS Esporte foi fundamental para a Federação, possibilitando que pudéssemos recuperar parte do material que foi perdido”.
A Federação de Ginástica Artística, Rítmica, Trampolim, Aeróbica e Acrobática do Rio Grande do Sul também tem seu ginásio no Cete, espaço gerido pela SEL e cedido por meio de edital à Federação. A enchente pegou a FGRS no início do ano de treinamento competitivo, então, toda a federação foi afetada, principalmente na iniciação esportiva que utiliza o ginásio do Cete. Por dois meses e meio, o espaço não pôde ser utilizado, tendo sido emergencialmente transformado em depósito de roupas doadas.
De acordo com João Carlos Oliva, presidente da FGRS, com os recursos do SOS Esporte, foi possível fazer a limpeza do ginásio e o conserto dos equipamentos. “Hoje temos um ginásio todo renovado e reorganizado com recursos do Estado em parceria com a FGRS, que, por meio das mensalidades arrecadadas, também pintou o local, botou portaria, melhorou a iluminação, banheiros e vestiários. Conseguimos fazer muita coisa,” relatou Oliva.
SEL no combate às enchentes

A Secretaria do Esporte e Lazer (SEL) tem uma série de iniciativas que integram os esforços do governo do Estado no combate aos efeitos da enchente de maio de 2024. Além do SOS Esporte, outros programas foram criados com o intuito de contribuir com a reconstrução do Rio Grande. O exemplo mais robusto está no Avançar Mais no Esporte.
Voltado às prefeituras municipais, o Avançar Mais no Esporte é a continuação do exitoso Avançar no Esporte, lançado em 2021 e que contou com 272 obras realizadas. Nesta nova fase, são, ao todo, R$ 154 milhões investidos pelo governo do Estado em duas modalidades: Infraestrutura Esportiva e Ilumina Esporte. Foram aprovados 506 projetos de 354 municípios, atingindo mais de 70% das cidades gaúchas. Assim, o Avançar Mais no Esporte torna-se o maior programa de infraestrutura esportiva da história do Estado, sendo um dos seus focos recuperar espaços atingidos pelas enchentes.
No momento mais agudo das enchentes, a SEL atuou em três frentes de forma emergencial. Primeiramente, abriu as portas do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), em Porto Alegre, para que o ginásio poliesportivo abrigasse mais de 300 adultos e crianças, além de animais de estimação, em uma ação coordenada com a prefeitura da capital que durou dois meses e suspendeu temporariamente as atividades esportivas no local. Depois, a SEL remodelou as dependências do Cete para receber doações que chegaram de todas as partes do Estado e do país, contando também com um time de mais de 200 voluntários que se revezaram junto com os servidores da pasta para garantir o recebimento, a triagem e o armazenamento dos itens.
A terceira frente de trabalho se deu na elaboração de uma logística de distribuição dessas doações. Em um primeiro momento, o deslocamento foi realizado de forma terrestre. Alguns dias depois, adicionou-se à operação o uso de helicópteros, com a pista atlética do complexo funcionando como local de pouso e decolagem, acelerando o apoio aos atingidos pelas enchentes. Durante esses 60 dias, foram registrados mais de 400 voos, além de mais de 1,5 mil entregas via terrestre e o envio de 2 mil cestas básicas, beneficiando mais de 30 municípios.